quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Premiação e lançamento do livro do concurso literário "Cartas a Tiradentes"

Em 12 de novembro de 2019, Sete Lagoas recebeu um evento extraordinário, o lançamento do livro “Cartas a Tiradentes”, que consiste em uma coletânea de poesia e prosa, adultas e infanto-juvenis, produzidas graças à participação de dezenas de pessoas engajadas no propósito histórico-cultural de homenagear o grande herói mineiro Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, através de um concurso literário.




O evento foi idealizado principalmente pelo Comendador Gladstone Lopes e pela Comendadora Fabiana Frederighi, sendo esta um membro ativo do Clube de Letras de Sete Lagoas. Em apoio ao evento, participaram empresários, voluntários, a Polícia Militar de Minas Gerais, o Colégio Tiradentes de Sete Lagoas, o Clube de Letras de Sete Lagoas e outras tantas mãos de admiradores e interessados.














O “Ninho de Rouxinóis” fora formalmente convidado na reunião de número 1300, pela Comendadora, que levara um convite formal, em envelope preto, cujo interior se encontrava um belo encarte, feito em papel de qualidade, com letras cursivas e bem delineadas, adornado com temas da arquitetura colonial. Tal documento fora passado de mão em mão a todos os clubistas presentes na reunião, até chegarem nas mãos de Rosana Pontes, a Presidenta. Ato contínuo, vários membros do Clube se disponibilizaram a comparecer ao evento.

Enfim chegara o dia do lançamento do livro e da premiação dos participantes de destaque. Três membros do Clube seriam homenageados naquela comemoração: Fabiane Estanislau, Aécio Emanuel e Maria Luíza. Além deles, a presidenta Rosana Macedo Pontes, a vice Mariza da Conceição Pereira, Celina Almeida e Maria Auxiliadora, representantes do Clube, seriam agraciadas com medalhas por terem feito a seleção dos textos do concurso literário.


O dia do evento estava nublado, o céu cinzento e eventuais rajadas de vento fizeram parte do cenário daquela data. A ameaça iminente de chuva era a constante. O local designado para recepcionar a homenagem ao Herói da Inconfidência fora o templo do consumo, um shopping center, prédio branco, revestido de vidros, com dezenas de lojas em suas entranhas, encravado na orla da Lagoa Paulino. Em tempos anteriores, verdadeiros heróis, como Tiradentes, eram homenageados em praças públicas ou palácios, com a presença das maiores autoridades locais, que com sentimento de honra e nostalgia, rememoravam os feitos de alguém genuinamente extraordinário para seu povo. Como vivemos em um tempo de consumismo, o evento da história de nosso herói seria consumado em um dos templos de consumo da cidade, com a consumada negligência e ausência de vários líderes locais.

Ao subir a única escada rolante da cidade, chego ao segundo piso, onde a minha esquerda se encontra a exposição do Priorado dos Inconfidentes. Neste local encontro Aécio Emanuel, e com a ilustre companhia dele, observamos alguns quadros, objetos e cartas que fizeram parte da vida do Inconfidente Mor. Tal mostra fora organizada com muito esmero pela Comendadora, que contando com parcos recursos, fizera verdadeiro milagre ao realizar naquele pequeno recinto, trabalho tão rico. No fundo deste local funcionavam os consultórios, onde massagistas, fisioterapeutas, advogados, nutricionistas e outros profissionais liberais trabalharam voluntariamente para arrecadar fundos para a publicação do livro, manutenção do espaço e realização de todo o evento.




Nos corredores do segundo piso do shopping, já se encontravam alguns militares, impecavelmente vestidos com trajes formais, vários cidadãos, crianças e adolescentes, em sua maioria, alunos do Colégio Tiradentes. O início fora marcado para as 19 horas, contudo, o começo da apresentação só ocorrera as 20 horas. O evento de lançamento do livro ocorreria na praça de alimentação, onde só funciona uma pequena lanchonete, e cuja extensão comporte facilmente 200 pessoas, sendo todos os lugares preenchidos. Lá teríamos nossa fome de história e cultura saciados. Sentei-me na mesa reservada ao Clube de Letras, juntamente com outros clubistas, todos bem trajados e aguardando calmamente o começo da cerimônia.

A solenidade tem início com as palavras iniciais do Comendador e da Comendadora, ele vestido de uma paletó branco, repleto de insígnias e ela com um elegante vestido verde, ostentando o brasão do Priorado no peito. Após a breve abertura, eles convocam a todos para ouvirem o hino nacional. Todos se levantam, os militares convidados, do alto oficialato, se portam em posição de “sentido”, de frente para a bandeira nacional, os demais, com posição de respeito e altivez. Após a execução do hino, um coro de crianças começa a cantar duas músicas populares, sob as ordens de um maestro, todas devidamente uniformizadas e entonando as notas requeridas, um prazer aos ouvidos.

Após a introdução, os Comendadores começam a chamar alguns ilustres presentes a se sentarem em seus lugares reservados, incluindo o Presidente do Clube de Letras de Cordisburgo, três comandantes da Polícia Militar, a artista plástica responsável pela arte do livro, um Barão e dois descendentes diretos da linhagem de Tiradentes, a sexta geração. Fiquei pensando sobre esses descendentes, depois de tanto tempo desde seu ancestral pisar sobre a terra, meu ceticismo exigiria um teste de DNA para comprovação, levando também em conta que, estatisticamente, 4% dos pais criam filhos de outro sem o saberem.

A premiação dos trabalhos literários começa e os três primeiros colocados de cada categoria recebem medalhas, bem como o Clube de Letras de Sete Lagoas, e os demais participantes que tiveram os trabalhos selecionados receberam certificados. Foi tocante observar os olhos dos familiares dos premiados, repletos de orgulho e amor tirando fotos e se abraçando.

O evento se encerra por volta das 21 horas, com a praça de alimentação se esvaziando aos poucos, os Comendadores sendo elogiados pela iniciativa e dedicação, cercados por dezenas de pessoas que reconheceram um trabalho bem feito.

Pelo resultado que foi esta homenagem ao Tiradentes, observei que a Fabiana Frederighi trabalhou com incansável força de espirito para realizar tal proeza. Levantar fundos, organizar, fazer um concurso, locar o espaço da exposição, entrar em contato com autoridades e muito mais, demonstram a grandeza desta cultíssima mulher. Dedico este texto a ela, desejando também que ela continue a trazer para o povo mineiro mais cultura e arte.

Giovanni Carlo

Fotos: Giovanni Carlo, Maria da Conceição e Maria de Lourdes Faria

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