Meu coração é um veleiro arisco e ligeiro, Singrando dentre tempestades e ventanias, Na imensidão de um oceano frio, traiçoeiro, Abismo de amores, paixões, desejos e calmarias. Barco valente, sem rumo, sobre ondas espumantes, Campo de batalha de navegantes destemidos... Ventos, oras frios, oras quentes e insinuantes, Cortando as águas de mares desconhecidos. Pirata sem pátria, sem bandeira, sem companhias... Aventureiro dos sete mares, corsário da paixão, Flutua intrépido à beira de abismos, cataclismas, Desafiando suicida, irônico, os limites do coração. Navega ligeiro por denso e frio nevoeiro, Render ou fugir, o drama do incauto navegante Em qual porto seguro ancorar-se ágil, sorrateiro?
Num recuo estratégico ou rendição humilhante? Navegante solitário, seu olhar vigia a esteira, Ouvidos atentos aos sons das ondas e ventanias, Horizonte perdido, mar em fúria, canto de sereia... Ventos combinados que formam no mar as sinfonias. Nascer do sol, linha do horizonte, nau em fuga, Mar aberto, ventos frios e ondas inconstantes, Cristas gigantescas conduzem o pirata em luta, Para o campo de batalha de conflitos incessantes. Estratégias de combate, contra medidas, artefatos... Traçam impiedosos os limites da guerra iminente. Um guerreiro incansável se prepara para os assaltos, Em sua ultima e fatal batalha, coração versus mente. Um corsário joga toda sua força, experiência e razão, Contra um inimigo impossível de ser vencido. Como enfrentar sem riscos a força de uma paixão Que emerge de um coração puro, meigo e destemido?
João Drummond
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