quinta-feira, 4 de julho de 2019

A Renda



Ela estava ali, parada.
Olhava fixamente para o rosto da filha,
Que dormia profundamente. 
Ela a olhava, muda, calada
Seu rosto gritava palavras nunca ditas...
Arrumava a renda, ajeitava a flor, outra flor...
Uma dor... tantas dores...
Inacreditável...
E ela disse:
 - Parecia ser ontem quando em meus braços a amamentei, olhei eu seus olhos e você filha, retribuiu sorrindo. Agora estou a te olhar e você... Você dorme profundamente, só me resta arrumar a renda... 

uma flor, outra flor, tanta dor...
E ela arrumava a renda para que tudo ficasse confortável... aconchegante.
Mas nada, nunca mais será como antes.


Enizetti Azevedo

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