quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Homem de Mil Palavras

Foto extraído do vídeo de reportagem da Tv Câmara

Dentre tantos mortais;
um homem ao pé da serra
Feito de lagos e campinas
Verdejantes morro abaixo.

Escreveu entre lacunas e metáforas
Todo bem que lhe sucedeu.
Nem do mau sequer, fez ele descaso.
Contou suas histórias
Num estado de emoção que até o mar, lhe quis.
Quando santo, de santo lhe trouxe o nome
Fez milagres em palavras.

Com poucas estações no lombo
Desdenhava do sistema
Que lhe impunha o passar dos dias
Nos braços amados de seu próprio poeta
Rimou em quadras e trovas
A vida que não lhe pertencia
Porém, o que desejava seus nobres versos.

Não foi assim do nada
Que suas frases tomaram corpo e faces
Elaboradas de chuvas em gotas
Choveram na enxurrada
Suas devaneadas terras de cemitério
Jorrando em postas e a mancheias
As suas lagoas que tanto lhe fez...

Agora homem feito
Homem de mil palavras
Descobriu que meros verbetes

Não fazem da vida que tanto lhe quis
Nem o açude, a lagoa, nem o mar
Um homem pronto a partir em direção ao nada

Ao nada? Que nada!
Não foi do nada que ele tanto tanto...
Como poucos...
Escreveu!

Valente – Anísio Januário Carneiro
Homenagem ao poeta Márcio Vicente da Silveira Santos.

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