Dentre tantos mortais;
um homem ao pé da serra
Feito de lagos e campinas
Verdejantes morro abaixo.
Escreveu entre lacunas e metáforas
Todo bem que lhe sucedeu.
Nem do mau sequer, fez ele descaso.
Contou suas histórias
Num estado de emoção que até o mar, lhe quis.
Quando santo, de santo lhe trouxe o nome
Fez milagres em palavras.
Com poucas estações no lombo
Desdenhava do sistema
Que lhe impunha o passar dos dias
Nos braços amados de seu próprio poeta
Rimou em quadras e trovas
A vida que não lhe pertencia
Porém, o que desejava seus nobres versos.
Não foi assim do nada
Que suas frases tomaram corpo e faces
Elaboradas de chuvas em gotas
Choveram na enxurrada
Suas devaneadas terras de cemitério
Jorrando em postas e a mancheias
As suas lagoas que tanto lhe fez...
Agora homem feito
Homem de mil palavras
Descobriu que meros verbetes
Não fazem da vida que tanto lhe quis
Nem o açude, a lagoa, nem o mar
Um homem pronto a partir em direção ao nada
Ao nada? Que nada!
Não foi do nada que ele tanto tanto...
Como poucos...
Escreveu!
Valente – Anísio Januário Carneiro
Homenagem ao poeta Márcio Vicente da Silveira Santos.
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