terça-feira, 30 de abril de 2019

O Vagalume





Na escuridão da noite
Um pequeno vagalume
Pisca, pisca sem parar
Volitando pelo espaço

Pisca, pisca vagalume
Noite inteira, sem parar
Sua luz serve de guia
Demarcando a direção

Pela estrada, solitário
Confiante no seu lume
Vou cantando, vou seguindo
Meu caminho, passo a passo

A você meu companheiro
Meu segredo vou contar
Vou matar minha saudade
Ao chegar lá no sertão

Vem comigo vagalume
Verá quando lá chegar
Que lá está como é costume
Minha amada a me esperar

Elizabeth Carvalho

quinta-feira, 25 de abril de 2019

A Espera



A ausência; o vazio;
Casa grande; silêncio!
Uma torneira que pinga,
Único som, no momento!

A espera... a esperança... o desespero;
Uma vontade louca de chorar!
Um desejo mal contido
De falar, de gritar!

 A demora; os minutos; os segundos;
A insônia; a solidão. 
O monólogo inútil, 
Só perguntas, em vão!

Por que essa demora?
Por quê?... Por quê?...
Só tenho um desejo agora: 
Eu quero ver você!

Venha; abra a porta; entre!
Quero ver você chegar.
Aninhar-me em seus braços
E dormir... E sonhar!!!

Celina Almeida

terça-feira, 23 de abril de 2019

Florada



Na folhinha-calendário,
o anúncio da primavera.

Meu jardim
meu quintal,
meus vasos de folhagens
não sabem decodificar datas específicas...

Não sabem,
mas leram nos tempos do tempo
e, na hora exata,
desabotoaram-se
em pétalas coloridas,
em pétalas unidas,
pondo beleza e perfume na terra e no ar.

É um derramar cálices
de néctar,
é um voar poeira
de pólen
alimentando insetos, e pássaros, e almas...
 ............................................................

Extasiada,
busco decifrar e descobrir
meu momento de também florir...

Mariza da Conceição Pereira

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Essência da Poesia




Poesia é amor em totalidade, entrega completa.
Céu estrelado, ondas calmas, gestos, reviravoltas,
Olhar perdido. Sangue derramado por ódio ou amor.
Penetrar nos labirintos do mau tempo, do rancor.

Fazer do amor agonia, desilusão, não querer ser consolado.
Transformar o banal num pesadelo, naufragar no copo tolo.
Transformar o simples, o invisível, o sutil, no amor verdadeiro.
Soltar o verbo ao vento, falar dos mistérios e do corriqueiro.

Desaguar... desaguar... mansamente...
Inundar!... Inundar!... Violentamente!...
Peneirar o inconveniente, encontrar o plausível.
Balançar o impossível; achar, fundir o intocável
.
E rimar, rimar com palavras, variadas palavras.
Ora tristes, ora alegres, ora livres, ora escravas.
E rimar, rimar com deleite e harmonia.
E encontrar essência da poesia.

José Augusto Barbosa

terça-feira, 16 de abril de 2019

Lente


Eu queria ser fotógrafo
Não como estes que fotografam casamentos
Com noivos sérios e tristes e noivas saindo de limusines;
Mas para fotografar movimentos de buquês arremessados e a ansiedade e o falso consolo de quem os apanha.
Eu queria ser fotógrafo.
Não para fotografar prédios suntuosos para baneres de agências de turismo
Ou monumentos mundialmente famosos;
Mas para fotografar construções que ilustrassem a letra de Chico Buarque.
Eu queria ser fotógrafo.
Eu amo minha profissão, mas se não fosse comerciária de magazine
Certamente eu jamais registraria as belas modelos nas fotos gigantes de vitrine.
Antes, quereria registrar a espontaneidade desavisada daqueles rostos sem maquiagem
E de seus corpos sem produção.
Eu queria ser fotógrafo.
Não para fotografar angulares e bem focadas paisagens;
Mas para fotografar tortuosidades e ocultas paisagens desfocadas pelo tempo e pela sedição.
Monte de lixo ou entulhos amontoados em calçadas de casas em reforma.
Árvores desnudas no verão e árvores floridas no outono.
Queria fotografar aquela mão, aquela flor, aquele cotidiano que passa despercebido
Do olhar vago e perdido na mesmice da vida sem emoção.
Queria fotografar coisas sem valor algum para a demanda do mercado.
Emoções sutis traduzidas em pequenos momentos não são para se mercandejar.





                                                                                                                    Maria Luiza Franco Bisneta

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Pássaros



São anjos com asas
voam pelos ares,
cantam sobre os galhos,
conquistam nosso coração
com o gorjear de sua canção.

Canta o bem-te-vi,
ao longe posso ouvir,
passeia pelo mundo
como quem saboreia da liberdade.

Pontes, mares, rios,
fazendas, casas,
galhos, esperanças,
liberdade, nuvens,
sol, chuva,
terra, céus...

Que bom ter asas,
para no mundo viajar...

Que bom ter o canto,
que perduras além do horizonte,
já não posso mais enxergá-lo.

Fabiane Estanislau

terça-feira, 9 de abril de 2019



Mariza da Conceição Pereira é a mulher mais fofoqueira...
Sabe da vida de todo mundo...
Já me falou Dom Pedro I e de Dom Pedro II,
Falou da Chica da Silva de Juscelino Kubitschek,
Falou de Chico Xavier, Anchieta e Alan Kardec.
Me falou do Rio Doce e também de coisas amargas,
Queria que assim não fosse, mas não temos mais Getúlio Vargas
Me falou bem disso e daquilo
Do Cecé, do Sérgio Emílio
Falou de todos os prefeitos e de patrimônios perfeitos.
Falou do Dr. Afrânio,
Do colégio Diocesano
E de pessoas que nessa cidade dormiam nos bancos das praças.
Falou até da maternidade Nossa Senhora das Graças.
Me falou que em belos dias
Contracenou com Zacarias
E esse mestre do humor ainda hoje alegra nossos dias.
Falou do santo devoto
Xará de Francisco Timóteo
Que fora da ferrovia,  andando em linhas retas
Trouxe a Casa Da Cultura para acolher os poetas.


Carlito Rodrigues

Premiação e lançamento do livro do concurso literário "Cartas a Tiradentes"

Em 12 de novembro de 2019, Sete Lagoas recebeu um evento extraordinário, o lançamento do livro “Cartas a Tiradentes”, que consiste em uma c...