No canto da vida passa uma rua
Naquela rua tem um beco
Enquanto o mundo gira
Com sua beleza nua
Naquele beco,
um sorriso
Suspira...
Mas como é triste aquele sorriso
Naquele beco escuro
Esquecido
Com rosto pintado, de olhos caídos
Tão triste
Um palhaço assustado
já esquecido
Pelo mundo ele girava
De braços abertos
Roupas coloridas
Dava saltos e rodopiava
Sempre a gargalhar
Bem alto gritava
Pois ele era o palhaço
Que ao mundo encantava
Mas algo aconteceu,
E tudo mudou...
O tempo passou
E do palhaço, o mundo esqueceu
Já não mais sorria...
Andando pelas ruas
Segue alguém
...
Segue ninguém
…
Pobre palhaço
Tão triste se via
…
Já não mais pulava
Seu colorido se perdeu
A lágrima escorria
…
Seu último caminho...
Um beco.
De cabeça baixa,
De semblante caído,
Tão triste...
Para sempre... esquecido.
Wilker Azevedo