quinta-feira, 27 de junho de 2019

O Palhaço



No canto da vida passa uma rua
Naquela rua tem um beco
Enquanto o mundo gira
Com sua beleza nua
Naquele beco,
um sorriso
Suspira...

Mas como é triste aquele sorriso
Naquele beco escuro
Esquecido
Com rosto pintado, de olhos caídos
Tão triste
Um palhaço assustado
já esquecido

Pelo mundo ele girava
De braços abertos
Roupas coloridas
Dava saltos e rodopiava

Sempre a gargalhar
Bem alto gritava
Pois ele era o palhaço
Que ao mundo encantava

Mas algo aconteceu,
E tudo mudou...
O tempo passou
E do palhaço, o mundo esqueceu

Já não mais sorria...
Andando pelas ruas
Segue alguém
...
Segue ninguém

Pobre palhaço
Tão triste se via
Já não mais pulava
Seu colorido se perdeu
A lágrima escorria
Seu último caminho...
Um beco.
De cabeça baixa,
De semblante caído,
Tão triste...
Para sempre... esquecido.


Wilker Azevedo

terça-feira, 25 de junho de 2019

Evolução




Perco-me no abstrato.
Pelo fio, seguro-me no concreto
Sonho alto.
Ando numa linha,
Mas sei onde piso
E onde tudo se alinha.
Do coração tenho pena,
A alma é serena.
Sou do alto da dúvida,
Questiono
A evolução da vida,
Da sabedoria aprovada,
Destrono
Até o que acredito.

José Augusto Barbosa

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Gratidão



    Se seguirmos adiante sem hesitar, a cada dia veremos as estrelas brilhando em nós e assim sentiremos muitas alegrias.

    Vamos brilhar com intensidade.
    Olhar para o alto e agradecer pelas maravilhas que Deus nos proporcionou

   Veremos nesse momento o quanto somos ricos. Ricos, por estarmos em um mundo que nos oferece a natureza, e com ela passamos lindos momentos, delirando-nos com sua beleza e plenitude.

   Ricos e agraciados por termos encontrado pessoas que, com um coração grandioso nos fazem alegres, nos compreendem, mostrando-nos que não podemos desistir dos nossos objetivos.

   Que somos fortes se realmente acreditarmos. Podemos nos sentir lindos interiormente se nos permitirmos e se praticarmos nosso ato de fé.

Maria de Lourdes Faria

terça-feira, 18 de junho de 2019




Foi muito bom conhecer
Onde o Brasil começou,
Agora quero saber
Como a história terminou.

Fui buscar diversão
No interior da Bahia,
Voltei com a decisão
Quero voltar na sua companhia!

Estive no Boi Nos Ares
No Arraial D'ajuda
Quem gosta dos mares
Já vai com ou de bermuda.

Antônio Eugênio de Matos

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Residencial San Lorenzo

foto: Enizetti Azevedo
Ali; pleno de chão
Contemplava-te
Um poeta emaranhando cerrado

Fostes tu antes que pedras
Um sonho louco de quem a ti compôs
Tomado de casas e sobrados
Tornaste em cheiro todo sabor do ouro

Então, janelas ao vento, maquiado ao mais puro batom e blush
Tua porta paraísa a terna rua em que plantado estás
Arranhando o céu dos sete lagos
Do bairro de tantas graças
Como quem faz do canto puro pecado
Imponente ao pé das nuvens

Ergues tu entre jardins de tantos quintais
Regando cravos, carambolas e caquis
E a viúva ao lado; no aconchego da solidão
Floreando a visão do papai que te desenhou

Nada tenho contigo, amor de meus sonhos generosos
Abnegados, todo casto de ti
Vê-lo exibido pelos ares já faz de mim, amado teu
Ah! Como eu quis vê-lo pronto de vida
Clareando meus olhos
Que de longe passam e, que, dentro de mim
Entre tantos outros, me faz,

Fascina-me...
Completa-me!

Valente - Anísio Januário Carneiro
homenagem ao prédio da rua São Lourenço, bairro das  Graças.

terça-feira, 11 de junho de 2019

A Casa




Quando ele resolveu construir sua casa, muitos trouxeram suas opiniões, sugeriram idéias, deram palpites.

Para ficar bem com todos e não ferir a vaidade de ninguém, agradeceu a colaboração e fez a casa dentro de suas posses, de acordo com seus sonhos.

Mas a obra não está completa.

Do lado de dentro, os que moram com ele não estão contentes. Do lado fora, o criticam.

Até hoje ninguém se lembrou de perguntar a ele se está feliz.


Cronipoema do livro, Sal e Pedra de 1996 de Márcio Vicente da Silveira Santos


quinta-feira, 6 de junho de 2019

É Questão de Consciência



Já falei pra tanta gente!
Já fingi de inocente;
Já informei autoridades;
Tentei de todo jeito;
Procurei nosso prefeito;
Caminhei toda cidade!

Vou continuar minha luta!
Não vou mudar minha conduta,
Eu preciso divulgar.
O assunto é delicado,
Todos devem ser informados,
Vamos nos conscientizar!

Toda ação que prejudica,
Veja só como é que fica,
Serve só pra piorar!
A fuligem da queimada,
Invade nossa morada,
E quanta água pra lavar!

A natureza Deus criou,
para cuidá-la nos deixou.
Somos a sua criação!
É nossa responsabilidade,
É atitude da sociedade,
Vamos juntos nessa missão!

A chuva, que demora;
A nascente, que foi embora;
É conduta da nossa gente.
Se ainda não percebeu,
Vai sobrar pra um filho seu,
Pois, o sol está tão quente!

Não faça queimada!
Não deixe a natureza enfumaçada!
Cuide do meio ambiente!
É a casa que moramos.
É o ar que respiramos.
É o nosso futuro e presente!

Alvino Neto

terça-feira, 4 de junho de 2019

Veleiro Solidão





Meu coração é um veleiro arisco e ligeiro, Singrando dentre tempestades e ventanias, Na imensidão de um oceano frio, traiçoeiro, Abismo de amores, paixões, desejos e calmarias. Barco valente, sem rumo, sobre ondas espumantes, Campo de batalha de navegantes destemidos... Ventos, oras frios, oras quentes e insinuantes, Cortando as águas de mares desconhecidos. Pirata sem pátria, sem bandeira, sem companhias... Aventureiro dos sete mares, corsário da paixão, Flutua intrépido à beira de abismos, cataclismas, Desafiando suicida, irônico, os limites do coração. Navega ligeiro por denso e frio nevoeiro, Render ou fugir, o drama do incauto navegante Em qual porto seguro ancorar-se ágil, sorrateiro?
Num recuo estratégico ou rendição humilhante? Navegante solitário, seu olhar vigia a esteira, Ouvidos atentos aos sons das ondas e ventanias, Horizonte perdido, mar em fúria, canto de sereia... Ventos combinados que formam no mar as sinfonias. Nascer do sol, linha do horizonte, nau em fuga, Mar aberto, ventos frios e ondas inconstantes, Cristas gigantescas conduzem o pirata em luta, Para o campo de batalha de conflitos incessantes. Estratégias de combate, contra medidas, artefatos... Traçam impiedosos os limites da guerra iminente. Um guerreiro incansável se prepara para os assaltos, Em sua ultima e fatal batalha, coração versus mente. Um corsário joga toda sua força, experiência e razão, Contra um inimigo impossível de ser vencido. Como enfrentar sem riscos a força de uma paixão Que emerge de um coração puro, meigo e destemido?


João Drummond

Premiação e lançamento do livro do concurso literário "Cartas a Tiradentes"

Em 12 de novembro de 2019, Sete Lagoas recebeu um evento extraordinário, o lançamento do livro “Cartas a Tiradentes”, que consiste em uma c...